O Brasil tem a maior disponibilidade de recursos hídricos do mundo — com 12% das reservas de água doce. Os dados são da Agência Nacional de Águas (ANA). Apesar disso, a distribuição da água no país é desigual, com 80% concentrada apenas na região hidrográfica amazônica.
Para discutir temas como eficiência hídrica e as formas de impulsionamento de fontes sustentáveis, será realizado o seminário “Segurança Hídrica para a Indústria: eficiência em foco.” O evento é organizado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), a Associação Latino-Americana de Dessalinização e Reúso de Água (Aladyr) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai).
Especialistas irão abordar temas como tecnologias de eficiência hídrica, reúso de efluentes tratados e dessalinização, além de fontes de financiamento específicas para o setor. O gerente de Recursos Naturais da CNI, Mário Cardoso, afirma que a água é um insumo importante para todos os setores da sociedade, incluindo a indústria.
“Ela é o insumo essencial para a indústria, para o funcionamento. Algumas utilizam mais, outras menos, mas é importante que nós tenhamos meios de tornar o consumo da água mais eficiente. Ou seja, produzir mais utilizando menos recurso”, explica.
Segundo Cardoso, essa questão é ainda mais importante hoje, devido à questão climática. Ele aponta que os ciclos hidrológicos não são mais tão confiáveis, impedindo o planejamento a longo prazo. “Não sabemos se o homem que vem daqui cinco anos terá água disponível, temos que nos preparar para passar por um cenário de mudança climática”, completa.
Tecnologia
O setor industrial, que representa 21% do Produto Interno Bruto (PIB), consome 10% da água captada para uso no Brasil, segundo o relatório do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento do Ministério das Cidades. O dado mostra a eficiência da indústria no consumo desse recurso essencial para o desenvolvimento do Brasil.
A prática de dessalinização é uma alternativa tecnológica utilizada pela indústria para racionalizar o uso da água. Nesse processo, o sal é removido da água do mar e após isso, é realizada a filtragem para produzir água potável. “Nós podemos aproveitar a água que saiu de outro processo, seja para consumo humano ou produtivo, tornando-o mais eficiente. Temos que aproveitar o que já temos disponível hoje”, destaca Mário Cardoso.